sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Confissão de um viciado

No começo, era apenas diversão. Eu usava despretensiosamente, com os amigos, só por curtição. Mas depois foi ficando mais forte que eu, eu não conseguia ficar sem. Foi tomando conta de mim aos poucos, como uma doença silenciosa que vai se alojando no corpo e, quando você percebe, toma conta de você. Era incrível o poder que ele tinha sobre mim. Bicho maldito, não conseguia mais me controlar!
Confesso que, quando estava com ele, me sentia bem. Eu gostava de estar ali, de ficar horas e horas por conta dele, descobrindo coisas novas ou simplesmente fazendo o que eu fazia sempre, sem nenhuma novidade.
Em pouco tempo, não conseguia pensar em outra coisa. Só me sentia feliz ali, fazendo não sei o que, usando de tudo o que ele podia me oferecer sem saber ao certo se aquilo era útil pra mim!
Os meus amigos também usavam, a grande maioria usa até hoje. Eu só deixei-o de lado quando percebi que estava me fazendo mal. Como todos dizem, o primeiro passo é aceitar, assumir o vício e querer se livrar dele!
Comecei procurando ajuda. Mas todos ao meu redor também eram viciados e falavam jocosamente de mim quando eu tocava no assunto. Diziam que já tiveram a idéia de se livrar do vício, mas que até já tinham se acostumado e que eu não conseguiria. Mas não! Eu não podia aceitar aquilo! Eu era mais forte! Não deixaria que provassem o contrário.
Então, desafiando a tudo e a todos, eu comecei a não usar mais, aos poucos... Mas eu tinha recaídas quase diárias. Apesar do vício e das graves crises de abstinência, eu conseguia passar incontáveis horas sem usar! Fiquei realmente admirado com a minha força de vontade em conseguir aquilo. Aos poucos, fui me livrando, usando menos...
Era um passo de cada vez. Difíceis e longos passos. Todos os meus amigos viciados e eu ali, lutando contra aquilo. Até que um dia, eu não usei!
E hoje eu falo com orgulho: fazem 3 meses, 4 dias e 16 horas que eu deletei meu ORKUT!

Um comentário:

A Cada Toque disse...

Oiiii! Algumas pessoas que estão vivas merecem morrer, e as que morrem merecem viver. Você pode decifrar isso?

Um grande beijo, e obrigado amis uma vez pela visita, adorei seu texto.